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E pronto, cortou-se o gás.

O desporto radical da União Europeia nos dias que correm

A Gazprom anunciou o corte de 60% do fluxo de gás à Europa, nos dias em que a Europa está sob o pico do Inverno. Ou do General Inverno, o protetor da Rússia. Seis nações europeias tiveram por sorte a supressão completa dos fornecimentos: Bulgária, Croácia, Grécia, Macedónia, Roménia e Turquia. Mais irão seguir-se.

Sob acusações de roubo de gás, o trânsito pelo pipeline da Amizade, o da Ucrânia, está suprimido. 60% do gás para a Europa vinha por essa via. Vinha, e já não vem. A Ucrânia confirmou já o corte do gás. O ministro russo da energia, Alexandr Novak, afirmou que a decisão tinha sido tomada, e era final.

A União Europeia espuma, é claro, de raiva, dizendo que esse corte súbito é inaceitável. Embora as reservas de gás por cá estejam no auge, é duvidoso que durem muito para além do Inverno. A indústria, no momento em que a Europa quer saber se vai ou não vai para uma recessão, está particularmente vulnerável.

Sanções iriam dar nisto. Já o avisávamos.

Entretanto, aproveito para lembrar que Putin está a vender dólares. Vai vender 88 mil milhões de euros, e repatriar rublos. A Economia russa está a blindar-se. Receio que será bem sucedida. Vladimir Putin não é burro nenhum. A produção de trigo será mais que duplicada em apenas dois anos. A próxima Primavera verá as maiores campanhas de semeadura da Rússia. Porque, com o rublo baixo, o produto europeu, que é subsidiado pela União Europeia, já é mais caro que o nacional.

O mercantilismo funciona, pelo menos quando o idiota que ataca assesta a mira para o próprio pé.

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