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Começou o aperto às nossas liberdades.

Acordo de Schengen: países participantes (a azul)

O melhor de um bloco de comercio livre é a união aduaneira e de fronteiras. O Acordo de Schengen, no qual Portugal participa, assegura que podemos ir viver até à fronteira da Rússia e trabalhar num outro país, e passar a fronteira todos os dias, se necessário. Um português pode viver em Espanha e trabalhar em Portugal, como acontece a muitos que vivem em Badajoz e trabalham em Campo Maior, na Delta Cafés. Sem filas a atravessar a fronteira, sem barreiras à entrada, um português ou um italiano podem escolher onde querem viver, nos países que participam no Acordo, tendo apenas em conta as suas preferências pessoais ou variáveis económicas — onde ganham mais, onde pensam que podem educar melhor os filhos, onde vive e trabalha o seu cônjuge, onde respiram melhor ar. Sem vistos nem nada de bilhetes de identidade azuis (quando por cá os havia).

Depois dos atentados de Paris, a União Europeia vai rever muitas das nossas liberdades. Seja na Internet ou na rua. Muito convenientemente para os que pretendem condicionar a vida de todos os cidadãos através de estímulos externos. Sim, dos marxistas. A liberdade política e económica assegura a prosperidade, mas limita o poder de os marxistas intrudirem na nossa vida e nos espetarem o seu veneno pérfido. E, com liberdade, os incumbentes políticos e económicos podem ser despojados pelos insurgentes — pelas empresas que nascem, pelas novas ideias políticas, pelos movimentos de cidadãos livres.

Duas pernas são necessárias para a corrida, e também dois pilares são necessários para fazer o caminho. Um coxo coxeia, não corre. As duas pernas são necessárias para manter o ritmo que permite competir. As duas liberdades são estas pernas.

Pois o Acordo de Schengen vai ser revisto. Menos liberdade política para os europeus, um passo na direção errada e lá fica coxa a Europa. Mais coxa. Depois de tanta regulação económica e de tanta vigilância aos cidadãos, o regime está coxo das duas pernas. Admiram-se que estejamos à beira de uma recessão pelas estatísticas oficiais, e bem inseridos numa pelas estatísticas reais, sem aquelas habituais tricas e truques de alpaca?

Um marxista não deixa desperdiçar uma boa crise. A União Europeia vai, através dos seus burrocratas, que de tudo desconfiam e que tudo tentam atrapalhar, mandar cá para fora mais uma catrefa de regulamentos que espartilharão e dificultarão as nossas vidas. Os culpados destes atentados serão ignorados, quem os denuncia será silenciado e as vítimas celebradas com lágrimas de plástico. E, a permeio, os cidadãos inocentes acabarão mais agrilhetados e manietados na sua liberdade de expressão. Tudo, é claro, à conta da nossa própria segurança e para nosso bem.

Conversa para bom dormir. É bom que acordemos antes que nos vejamos amarrados à cama.

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