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Maça a mular

Desastre do Hindenburg. 6 de Maio de 1937.

Vou admitir aqui um erro. Pensei que o ponto baixo da inteligência e da decência na espécie humana se sencontrava no nostro primeiro-mente-nisto. Não me tinha lembrado que existia um João Galamba, o qual atinge a perfeição sublime na total ausência de ambas as características.

Agora anda para aí a dizer que "Crime económico é ser contra o hidrogénio". De economia deve perceber a criatura, pois não pára de ser parcimonioso na decência e no bom senso. Contra toda a sapiência do nosso Secretário de Estado da Energia Dispendiosa como o Raio temos aquela coisa comezinha que é a realidade. Especialmente a massa molar. Engenheiros como eu aprendem química, para não dizerem umas patacoadas depois de ouvirem umas coisas no Youtube, e tirarem as dúvidas a quem os ouve acerca da sua capacidade intelectual.

O hidrogénio tem massa molar 2 (a molécula, já que não se encontram átomos livres na natureza com frequência). Isto quer dizer que ou se têm pressões imensas ou se guardam dois gramas por cada vinte e dois litros à pressão atmosférica. Sim, o tanque do seu carro de cinquenta litros à pressão atmosférica dava-lhe hidrogénio suficiente para ir ao fim da rua. E talvez voltar. Teria por isso de armazenar hidrogénio a grandes pressões. Fala-se em quinhentas atmosferas. Tudo corre bem até que o depósito rebente, por falha mecânica ou por um choque. Ou por o hidrogénio tornar qualquer aço quebradiço com o tempo.

Expandir um gás a quinhentas atmosferas congela tudo nas imediações. Depois da onda de choque. E, havendo uma faísca, há um Hindenburg em cada estrada em potencial.

Mas vamos atirar o bebé com a água do banho? Claro que não. O hidrogénio é excelente para armazenar e transportar energia potencial em instalações fixas. A sua queima apenas atira vapor de água para a atmosfera, e pode ser feito apenas da electrólise da água. Já nisso há uma vantagem. Mas, mesmo assim, o risco deste combustível é muito alto, já que a molécula é pequena e as pressões para levar o que quer que seja têm de ser muito altas. Só para comparação, qualquer recipiente sob pressão para mais de dez atmosferas tem de ser vistoriado todos os anos.

Nos transportes móveis, a aplicação é limitada a frotas que tenham manutenção exigente e frequente. Seria um risco nos carros particulares, que sabe-se lá quando vão ao mecânico, e a que caceteiros eles são sujeitos.

Como sempre, temos João Galamba, o doutor do spin, que tudo defende com a aplicação selectiva da verdade. No outro lado temos a realidade da física, da química e da ciência de materiais. Apenas num dos lados podemos medir inteligência. Podemos ficar descansados com o facto de ser ligeiramente superior ao número dos sapatos do portador.

É um crime económico ser contra o hidrogénio? Se baníssemos o hidrogénio do seu corpo, senhor Salafrário de Estado, o senhor não existiria. Ninguém é contra o hidrogénio. Mas os setenta ladrões que partilham um pensamento e dois neurónios mostram-nos que há em Portugal quem seja contra a existência de vida inteligente.

Ou burro ou mula, mula a maçar e burro a zurrar. Cuidado com o que sai pelo outro lado.

Outra socialista também era especialista em energias alternativas:

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