Avançar para o conteúdo principal

É preciso mesmo a guerra?

Trégua de Natal em 1914: confraternização de soldados ingleses e alemães

Em 1914, no Natal, os soldados baixaram as armas, saíram das trincheiras e confraternizaram. Caladas as armas, trocaram prisioneiros, e até chegaram a comer juntos e a jogar futebol. No dia 26 a trégua continuou. No dia 27, os soldados foram obrigados a voltar às trincheiras e a rearmar-se, sob as críticas severas dos oficiais superiores.

Se as armas se tivessem calado de vez, a Primeira Guerra Mundial teria acabado ali, poupando milhões de vidas. Vítimas mortais da guerra, vítimas de fome e dos racionamentos ou vítimas de ferimentos e de amputações que roubaram o resto da vida.

A decisão de fazer a guerra pode ser dos líderes, mas os povos é que as travam. O Bernardino Machado mandava lutar os outros, mas ficou sempre no conforto dos palácios de Lisboa. Se os povos recusarem o ódio, e os soldados baixarem as armas, as guerras cessam. E se os líderes querem lutar, pois que lutem uns com os outros diretamente. Sem que eu e os meus sejam englobados.

É isto que Ron Paul tem a dizer sobre esta trégua, neste artigo, que vale a pena ler.

Ron Paul, uma das figuras de proa do movimento libertário
A mensagem encorajadora que deveríamos retirar da trégua de Natal de há cem anos atrás é que, dada a oportunidade, a maioria dos humanos não se querem matar uns aos outros. O líder nazi Hermann Goering disse durante os julgamentos de Nuremberga: «Naturalmente, as pessoas comuns não querem guerra; nem na Rússia nem na Inglaterra nem na América, ou já que se fala nisso nem na Alemanha.» Mas juntou o seguinte: «o povo pode ser sempre levado à vontade dos léderes. Isso é simples. O que se tem de dizer é que eles estão a ser atacados e denuncia-se os pacifistas por falta de patriotismo e por expor o país ao perigo. Funciona da mesma maneira em qualquer país.»

Cuidado com 2015. Vendo a imprensa portuguesa, parece que Putin é o diabo. Vendo a imprensa russa, somos o mafarrico. Talvez fosse tempo de os nossos jornalistas (nossos e dos russos) começarem a contar a verdade que existe, e não a que lhes ditam. E se é verdade que a Rússia está a ser provocada à guerra por nós, deveríamos primeiramente desconfiar de tudo o que nos sussurram ao ouvido através de uma imprensa manietada.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Partido libertário em Portugal?

Partido Libertário Português Ao que parece, alguém criou um tal Partido Libertário Português. Estava à procura de partidos libertários na Europa quando dei com isto. Parece ser criação recente e, além da tralha no Livro das Fuças , não parece ser dotado ainda de personalidade jurídica. Não escondo que se fosse britânico o UKIP teria o meu voto; mas nunca, sendo francês, votaria na Frente Nacional. A Frente Nacional é estatista e tão neo-totalitária como os comunistas. Nada de bom advirá dela. O UKIP, por seu turno, é liberal e, como eu, defende um estado pequeno. Esta entrada num dos blogues do The Spectator diz tudo: a Frente Nacional é estatista, o UKIP libertário. Termino com um vídeo de Nigel Farage, o eurodeputado estrela do UKIP onde acusa consubstanciadamente da União Europeia de ser o novo comunismo. Com carradas de razão.

Juro jurando que juro que o que jurei se jurará esquecido.

Um primeiro ministro (ou primeiro-sinistro, já que todo o governo, com excepção do Siza Vieira, parece ser um acidente de percurso), jurou cumprir e fazer cumprir a Constutuição. O juramento faz parte da cerimónia de posse. E António Costa, licenciado em Direito (não acreditava, mas a Wikipédia diz que sim), passa o tempo a descumprir e fazer descumprir a Constituição. Eu nem gosto desta constituição particularmente, mas o juramento faz parte do acto de posse. Sendo violado, azar o dele, nulifica-se o acto. Precisamos de falar mais do "Diga a Constituição o que disser", e das blatantes violações no Estado de Calamidade e nas reacções à pandoideira. Há um caso sólido para o afastar do poder. Até porque o país não aguenta mais Costa. Eu posso-me dar ao luxo de dar às de Vila Diogo e ir trabalhar noutro lado. Mas isso não acontecerá a dez milhões de portugueses, cujas vidas foram destruídas pelo primeiro confinamento, quando tudo indicava qu...

A Rússia romperá relações diplomáticas com Portugal

Assunção Cristas, a última heroína na luta contra o aquecimento global Fontes mal informadas asseguram-nos que a Rússia chamará o seu embaixador em Portugal. O imbróglio deve-se à nossa ministra da agricultura. Em 2011, mal tinha tomado posse, dispensou as gravatas para poupar energia no Ministério da Agricultura, do Ambiente, do Ordenamento do Território e das Alfaces Lisboetas . Investigando o aquecimento global Os efeitos, deferidos no tempo, foram de tal forma sentidos que acabaram por inverter o aquecimento global. No Ártico, um navio russo foi retido pelo gelo, e o seu putativo salvador, um quebra gelos chinês, teve a mesma sorte. Resta dizer que na Antártida vive-se agora o Verão. Não foi encontrado nenhum representante da Antártida para comentar a onda de frio polar que contrariou os supostos cientistas que estavam à procura dos efeitos do aquecimento global. É-nos assegurado que esses efeitos não incluíam a duplicação da capa de gelo, como vieram a en...