A NATO está à procura de uma sede na Europa de Leste, por, como ela propria diz, ter receio da Rússia. Geo-estrategicamente , não faz sentido nenhum ter uma sede na Europa de Leste. Aliás, é contraproducente: a sede ficará mais perto de ser atacada por bombardeiros ou mísseis autoguiados russos e o tempo de reação contra essas ações é severamente reduzido. A medida apenas pode ser concebida como uma provocação gratuita à Rússia, para se iniciar uma guerra na Europa.
Enquanto a Rússia se afasta do comunismo, e boas razões terá ela para isso, a Europa e os Estados Unidos mergulham nele. A verdade é que a Rússia se prepara para uma guerra que não quer fazer, mas à qual é provocada desmesuradamente. O Ocidente procura uma guerra para disfarçar a estagnação económica e a quebra do sistema financeiro, completamente sobrearrefecido. Procura-a externamente, na Rússia, e internamente, acicatando as frustrações das comunidades minoritárias nos Estados Unidos e na Europa, e pressionando a maioria silenciosa e bem comportada para uma reação violenta.
Enquanto isso, sabemos que a indústria de construção nos Estados Unidos vive de fazer autênticos bunkers de betão para os militares e para os ricos. Joel Skousen (http://www.worldaffairsbrief.com), um analista político e desenhador de casas de alta segurança, vive disso. Se alguma coisa não cheira mal aqui, é altura de fazer um teste de olfato.
Enquanto isso, o lugar mais provável para a nova sede da NATO é Szczecin, Polónia. Na Polónia, nos Países Bálticos e na Noruega também estão a ser deixadas armas pesadas e artilharia móvel com uma força reduzida. Essas armas, difíceis de transportar, ficam inativas, e uma força de reação rápida pode ser posta para as ativar em uma questão de horas. É mais fácil transportar um homem que um tanque. Faz sentido e, numa perspetiva de preparação para a guerra, é uma decisão acertada.
Os russos sabem disso também. E percebem o que estas manobras significam: manter o urso na jaula até que ele, farto, se rebele. E vai-se rebelar. Creiam-me.
Talvez uma cimeira onde se convidasse a União Euroasiática a juntar-se com a União Europeia fizesse mais pela paz que qualquer outra coisa. É que, caso todos estivéssemos à mesa comum, o destino da Ucrânia, da Geórgia e da Estónia seria irrelevante. E ninguém alça armas por irrelevâncias.
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