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Esperei uns dias para saber se alguém em Portugal noticiava isto...

Poderia esperar até que o inferno gelasse ou que alguma vez houvesse uma real descida de impostos — e mesmo assim apostaria que o inferno congelaria primeiro.

Jim Clifton, o CEO da Gallup

Jim Clifton, o Chief Executive Officer da Gallup, uma das mais credíveis empresas de sondagens dos Estados Unidos, colocou em causa num artigo bem fundamentado, chamado "The Big Lie", os números do desemprego nos Estados Unidos. Diz Clifton neste artigo que os números de 5,6% não correspondem à verdade, e são maquilhados de diversas maneiras (quem desistiu de procurar emprego durante quatro semanas deixa de ser desempregado, quem trabalha uma hora por semana ou mais deixa de ser desempregado). Como aliás se faz em Portugal. Tal como cá, os números que interessam são os do emprego, e, particularmente, os das horas trabalhadas. E aí a diminuição do desemprego é pouco evidente.

A notícia não está aqui. A notícia é que Clifton tenha dito textualmente isto, numa entrevista à CNBC:

Eu acho que o número que vem do Bureau of Labor Statistics e do Departament of Labor é muito, muito preciso. Eu preciso de deixar isto muito, muito claro para que não desapareça subitamente. Preciso de chegar a casa hoje.

Apesar de isto ter parecido ser dito com algum humor, a linguagem corporal mostra que Clifton foi coagido de alguma forma (notem os olhos) e que não dizia a verdade. O resto da entrevista foi, ao contrário do que tinha dito na abertura, a dizer quão errado está o número.

A política dos Estados Unidos anda assim. As pessoas estão a ser coagidas e há alguns desaparecimentos suspeitos, inclusivamente de jornalistas, que se meteram a investigar a administração Obama ou que escreviam contra ela em blogues e em colunas de jornais. A maior parte não desaparece: é emaranhada em auditorias sobre auditorias das finanças lá do sítio (que parecem estar no negócio de apenas auditar conservadores e libertários, deixando os democratas e marchistas em paz para fazerem as manigâncias que quiserem, como votar várias vezes por eleitor).

Hoje lá, amanhã cá. É preciso desconfiar sempre de presentes de gregos e de proto-comunistas.

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