Avançar para o conteúdo principal

Pai, o que se passa no Médio Oriente?

Atascados no lamaçal do Médio Oriente

A filha de um democrata americano pergunta-lhe algumas vezes o que anda pelas notícias.


Pai, o que se passa no Médio Oriente?

Minha filha, no Médio Oriente existe um grupo extremista islâmico que anda a usar de extrema violência sobre inocentes. Querem fazer uma nova nação independente, da qual querem iniciar ataques à Europa e aos Estados Unidos.

Então eles são maus e lutam contra os bons, não são?

Bom, eles são maus, mas lutam contra maus e bons. Eles lutam contra o Assad, o governante da Síria, o qual perpetrou crimes hediondos contra o seu próprio povo. Por isso o Ocidente quer tirá-lo do poder, e a ISIS luta contra ele e quer removê-lo.

Então era ele que matava os cristãos?

Apesar da sua crueldade, os cristãos eram respeitados pelo Assad na Síria. Nunca tiveram problemas e viviam livres

Mas então porque é que querem fazer guerra contra o Assad?

Porque ele luta contra os terroristas islâmicos, que destroem as igrejas e matam os cristãos, e é muito cruel.

Mas os terroristas não são a ISIS?

Esses são os alguns dos terroristas.

Então não devíamos estar a ajudar o Assad?

O Obama acha que não, pois se o fizer ofende os nossos aliados, que apoiam e financiam a ISIS, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

Os nossos aliados financiam um grupo terrorista que nos quer atacar? Então não são nossos inimigos?

Não, são nossos aliados. O Ocidente considera os nossos inimigos o Assad.

Mas o Assad então quer atacar a Europa e os Estados Unidos?

Não.

E faz mal aos cristãos no país dele?

Não. Os cristãos apoiam o Assad. Os que lutam contra o Assad na Síria são muçulmanos radicais.

Mas não são os muçulmanos radicais os que querem atacar a Europa e os Estados Unidos?

São.

Então porque é que não atacamos os muçulmanos radicais e não ajudamos o Assad?

Para não deixar espalhar o terrorismo.

Mas se o Assad luta contra os terroristas! Se ele for derrotado, não quer dizer isso que o terrorismo se vai espalhar mais?

Sabes, está a dar desenhos animados na televisão...

Espera, mais uma pergunta. Quando é que os terroristas apareceram?

Depois que saímos do Iraque.

E porque é que saímos do Iraque?

Porque a guerra contra os terroristas estava ganha.

Mas então entrámos na guerra contra os terroristas, e ganhámos, mas eles surgiram depois?

Quando começámos a guerra no Iraque ainda não havia terrorismo.



Conclusão

Valha-nos São Vladimir Putin. Pode ter os seus erros, mas não tem metade desta hipocrisia.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Juro jurando que juro que o que jurei se jurará esquecido.

Um primeiro ministro (ou primeiro-sinistro, já que todo o governo, com excepção do Siza Vieira, parece ser um acidente de percurso), jurou cumprir e fazer cumprir a Constutuição. O juramento faz parte da cerimónia de posse. E António Costa, licenciado em Direito (não acreditava, mas a Wikipédia diz que sim), passa o tempo a descumprir e fazer descumprir a Constituição. Eu nem gosto desta constituição particularmente, mas o juramento faz parte do acto de posse. Sendo violado, azar o dele, nulifica-se o acto. Precisamos de falar mais do "Diga a Constituição o que disser", e das blatantes violações no Estado de Calamidade e nas reacções à pandoideira. Há um caso sólido para o afastar do poder. Até porque o país não aguenta mais Costa. Eu posso-me dar ao luxo de dar às de Vila Diogo e ir trabalhar noutro lado. Mas isso não acontecerá a dez milhões de portugueses, cujas vidas foram destruídas pelo primeiro confinamento, quando tudo indicava qu...

Partido libertário em Portugal?

Partido Libertário Português Ao que parece, alguém criou um tal Partido Libertário Português. Estava à procura de partidos libertários na Europa quando dei com isto. Parece ser criação recente e, além da tralha no Livro das Fuças , não parece ser dotado ainda de personalidade jurídica. Não escondo que se fosse britânico o UKIP teria o meu voto; mas nunca, sendo francês, votaria na Frente Nacional. A Frente Nacional é estatista e tão neo-totalitária como os comunistas. Nada de bom advirá dela. O UKIP, por seu turno, é liberal e, como eu, defende um estado pequeno. Esta entrada num dos blogues do The Spectator diz tudo: a Frente Nacional é estatista, o UKIP libertário. Termino com um vídeo de Nigel Farage, o eurodeputado estrela do UKIP onde acusa consubstanciadamente da União Europeia de ser o novo comunismo. Com carradas de razão.

E agora, para algo completamente diferente...

Cobol: Mais de sessenta anos e ainda para as curvas! Há uma linguagem de programação dos anos cinquenta que definitivamente me dá gosto programar nela. Common Lisp. Sou definitivamente um tipo de parêntesis. Continuo a programar quando posso em Common Lisp e em Emacs Lisp. Mas este fim de semana lembrei-me de outra linguagem vetusta e pouco primorada pela idade: Cobol. A velhíssima Cobol. Que nem funções de jeito tem. Passamos parâmetros para subprogramas por endereço e recebemos os retornos do mesmo modo. Bom, podemos também passar por valor, mas ninguém que eu conheço faz isso. De repente, voltou a nostalgia. Gosto muito de poder escrever IF A IS EQUAL TO 2 THEN... . Pelo menos pelas primeiras horas. Parece que estou a contar uma prosa. A máquina, com a sua memória, fica encartada na minha cabeça. É pura poesia em código. Fiz algo disto durante algum tempo, vai lá uns anos. Hoje, programo maioritariamente em C, Python e Javascript. E voltar ao Cobol foi u...