Aviso ao leitorEste artigo contém contas simples e de bom senso. Não é por isso aconselhável para qualquer militante, votante ou simpatizante do Partido Socialista. A exposição à realidade é conhecida por danificar mortalmente o socialismo!
Em caso de exposição à realidade contactar a Linha do Centro de Emergência da Alienação Socialista pelo telefone 21 382 20 00.
O PeiÉsse não sabe fazer contas. Por contraparte, acha que nós também não sabemos fazer. O PeiÉsse mandou fazer um relatório que afinal não é a Bíblia. Do qual se diz, seguindo esta notícia no Negócios Online (Mário Centeno: "Mexidas nas taxas contributivas criam cerca de 45 mil postos de trabalho"):
1) «A redução em quatro pontos da taxa social única (TSU) paga pelos trabalhadores e noutros quatro pontos da taxa suportada pelas empresas deverá criar um pouco menos que 45 mil empregos.»
Ficamos com os números 45000, que afinal até é em quatro anos.
2) Descida da TSU para o empregador em 4%.
O embate da galambice
Façamos contas:
Segundo o Relatório e Contas do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, 2013, o mais recente que consigo encontrar, no ano de 2013 a Segurança Social arrecadou 13.043.702.474,91€, nos quais estão incluídos 152.840.824,01€ de contribuição extraordinária, a qual o PS quer terminar. [pp 34-35] As contribuições serão calculadas, portanto, sem considerar a dita taxa, e amontam a 12890861650,90. Reservemos o número 12.801 milhões de euros.
Segundo o INE, a população empregada no ano de 2013 (Estatísticas do Emprego no 2º Trimestre de 2013) foi 4,506 milhões de pessoas. Sem a estatística, a contribuição por pessoa empregada é 12801/4,506 = 2841 EUR.
A diminuição de 4% na taxa da segurança social numa taxa total de 34,75% implica uma diminuição das contribuições em 11,5%. Os 12,801 milhões de euros serão transformados em 11,328 milhões de euros, ou 1,715 mil milhões de euros a menos do que se coletou em 2013. Teremos, obviamente, de considerar a coleta com a taxa de sustentabilidade.
Resumo:
- 1,732 mil milhões de euros a menos na Segurança Social em contribuições.
O impacte do pathos socialista
Vamos imaginar que até se criam os 45,000 empregos em quatro anos. Vamos fingir que até se criam num ano (coisa que será natural se o Costa não atingir o poder). Assumimos que os novos empregos terão os rendimentos dos atuais, coisa que até nem se tem verificado.
A EUR 2841 de contribuição por trabalhador, o impacte positivo será 127,845 milhões de euros. Em Outubro de 2013 o Económico dizia que Subsídio de desemprego médio é de 354 euros. Multiplicando por 45,000 que os deixariam de receber, poupam-se 15,5 milhões de euros.
Resumo:
- 128 milhões de euros em novas contribuições
- 16 milhões de euros em menos subsídio de desemprego
E em carcanheuros, quanto é que ganhamos?
Não ganhamos. Nem dá para fazer um gráfico, devido às escalas serem tão díspares. Com as medidas PS perderemos 1,588 milhões de euros, quase 1% do PIB. Que teria de ser compensado por outros lados.
Para compensar com IRC, a taxa teria de ser aumentada em 1,5%, o que acabaria por destruir mais emprego do que o ganho pela redução da TSU.
Resumo:
- 1500 milhões de euros de contribuições perdidos
- Sábios de pergaminhos em coiro de burro e cabeça a condizer
Sábios do PS na apresentação do documento. |
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