Em memória de outros estudos socialistas:
Um novo estudo da autoria dos economistas Alfredo Marvão Pereira e Jorge Andraz conclui que as auto-estradas sem custos para o utilizador (Scut) são "perfeitamente justificáveis do ponto de vista económico" e que o investimento em Scut "não parece criar problemas de sustentabilidade ao Orçamento do Estado". "O impacto económico e orçamental do investimento em Scut" é editado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento - instituição presidida por João Cravinho, deputado socialista e ministro das Obras Públicas nos governos Guterres. O livro apresenta-se como "uma avaliação empírica dos impactes económico e orçamental dos investimentos em auto-estradas em regime Scut".
(...)
Mas isso sai barato, argumenta o estudo de Marvão Pereira e Jorge Andraz. O documento argumenta que "os investimentos em Scut geram efeitos no produto largamente superiores ao custo envolvido"; e isto é verdade não só no investimento total, mas também "ao nível de cada Scut". Mais: há "efeitos de spillover regionais". Ou seja, não são só as regiões onde os investimentos foram feitos que beneficiam das Scut; as regiões onde não houve investimento beneficiam ainda mais. Cada milhão investido rende 18,06 milhões.
Marvão Pereira e Jorge Andraz, os autores do estudo apresentado ontem, já realizaram outros trabalhos onde defendem as vantagens económicas do investimento público. Em 2002, no trabalho Investimento público em infra-estruturas de transporte e o seu desempenho em Portugal, os economistas concluíam que
o investimento público de um euro induzia, no longo prazo, um aumento de 9,5 euros na riqueza produzida
. As conclusões deste trabalho foram utilizadas, já em 2005, no documento de orientação estratégica do Programa de Investimentos em Infra-Estruturas Prioritárias (PIIP). Com base neste último documento, o Governo aprovou o PIIP para o período 2005-2009 e comprometeu-se a investir 25 mil milhões de euros. Agora, a avaliação do impacte das Scut surge a pedido do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento. Uma organização presidida pelo deputado socialista João Cravinho, o mesmo que durante o primeiro Governo de António Guterres foi o "pai" das auto-estradas sem custos para o utilizador.Público, 2006-09-19
E de um outro famoso estudo:
Ainda sobre o TGV, Avelino Jesus referiu, citando os estudos já realizados, que "na linha Lisboa-Madrid o que se prevê para o primeiro ano é uma procura de 4,7 milhões de passageiros. E que em seis, sete anos atingiremos os 10 milhões".
Porém, sublinha Avelino Jesus, "dados muito recentes, depois da inauguração há dois meses do percurso Madrid-Valencia, e Valência tem uma população maior que Lisboa, verifica-se que nos primeiros dois meses a procura foi de 280 mil passageiros, o que em termos anuais rara pouco mais de 1,5 milhões de passageiros".
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