Ultimamente estamos rendidos a uma certa possibilidade de guerra. Os russos estão rendidos à inevitabilidade da mesma. Será, pesando tudo, a guerra inevitável?
A guerra não é inevitável. A guerra depende de as sanções da Europa para a Rússia não darem em nada. Na sanha de sancionar a Rússia estamos a prejudicar a nós mesmos, e isso configura a própria definição de estupidez. Portugal já deixou de exportar legumes e carne de aves por causa dessas sanções estúpidas. As sanções deixarão de ser aplicadas quando forem espúrias. E serão inócuas quando a Rússia se desenvolver e não precisar da Europa. E nesse momento deixará de haver necessidade de guerra.
Ora, como é que a Rússia se desenvolverá? Ela já está no caminho. Veja-se o gráfico do aumento da produção industrial desde que as sanções ocorreram:
As sanções à Rússia estão a estimular a produção interna.
A Rússia tem outros problemas: diminuição e envelhecimento populacional, mais até que na Europa. Nenhum país nem nenhuma cultura subsiste assim muito tempo. A contração populacional deu cabo do Império Romano e está a dar cabo da Europa.
Se eu fosse russo, faria o seguinte: iniciaria um programa de imigração livre de profissionais especializados europeus (agricultores, silvicultores, engenheiros, informáticos), com as seguintes condições:
- O profissional aceitaria fazer esforço para aprender a língua russa, para se integrar na sociedade russa, e manter a sua residência primária em território russo;
- O profissional aceitaria obedecer à lei russa;
- O profissional declarava não tentar influenciar a política russa enquanto não fosse declarado naturalizado (caso alguma vez o viesse a ser).
Em troca, as autoridades russas dariam proteção jurídica ao estrangeiro, nacionalidade opcional para as crianças nascidas em território russo e liberdade económica para iniciar e incrementar negócios.
Muitos cidadãos europeus com talento estão receosos do rumo da União Europeia. Muitos cidadãos, cristãos conservadores, receiam que em poucos anos tenham de renegar as suas crenças para poder viver numa europa de aberrações e de tolerância intolerante, onde se faz guera às famílias e aos valores que puseram a Europa nos píncaros do Mundo.
Muitos, como eu, aceitariam o convite, ou pelo menos considerá-lo-iam cuidadsamente. Há muitas pessoas, de muitos lados, que se sentem oprimidas por Bruxelas e pelo seu neo-comunismo que tudo regula e tudo tolera, desde que abra mais uma frente de guerra à família e aos valores tradicionais. Se a Rússia quer manter esses valores, que a Europa rejeita e apouca, então mil vezes os russos aos belgas.
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