
A história que se segue é completamente inapropriada para pessoas com apoplexia ou asma. São aqui avisados também os que sejam sensíveis a estultícia, burrice ou trapalhadas. A cautela dos nossos leitores é aconselhada.
Passou-se há alguns dias, e foi-me contado por quem o presenciou. A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) entra pelo estaleiro do novo data center da PT, na Covilhã, adentro, e manda parar todas as máquinas.
As razões invocadas foram estas: receberam uma denúncia, anónima, dizendo que uma das gruas móveis trabalhava sem aterramento elétrico. Os engenheiros devem neste momento estar a rir às bandeiras despregadas. Foram avisados.
Um aterramento elétrico é, como mostra a figura seguinte, composto por uma vara de cobre espetada na terra e ligada por um fio a uma instalação elétrica. Esse aterramento é ligado às carcaças metálicas dos equipamentos e conduz para a terra alguma descarga a essas carcaças, protegendo os utilizadores.

Os senhores da ACT, cavalos africandos extremamente sapientes nas artes do incómodo e da burrice, asserveravam que a ligação das gruas móveis à terra era obrigatória por lei. Fica por saber qual é o comprimento do fio que deve ser utilizado para realizar essa ligação, já que as gruas móveis, surpresa!, são supostas deslocarem-se. Os responsáveis pelas obras, contaram-me, não sabiam se deveriam rir ou zangar-se. Não sei como acabou o episódio. Só espero que da próxima vez antes de dar ouvidos a denúncias anónimas, os fiscais fiscalizem o que sabem fiscalizar antes que alguém tenha de fiscalizar o que os fiscais dizem saber.
Quando digo que a ACT e a ASAE devem ser extintas, os seus fiscais nunca se olvidam de se esforçar para me dar razão. A eles, os meus mais sinceros agradecimentos. Não poderia ter senão neles o melhor advogado das minhas teses.
Bem dizia um formando meu, o Carrola, que a ASAE terá um dia de fechar a ASAE. Ou a ACT.
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