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Os Estados Unidos, a terra da pretérita liberdade.

A notícia no USA Today deixou-me abananado. Afinal, algo vai muito mal na terra da liberdade. As pessoas que criticarem o Obama terão escrutínio extra do IRS (o serviço de finanças do Governo Federal).

Sabemos que existe liberdade quando podemos fazer um insulto aberto ao governante sem que nos aconteça nada. Neste critério, em Portugal há mais liberdade hoje que nos Estados Unidos. Do modo como se critica o Passos Coelho, passando as bordas do insulto vácuo e imbecil, e como não ouço nada de a polícia ou as finanças andarem atrás dos manifestantes identificados), terei de concluir que vivo na pátria da liberdade.

A história mostra-nos que não é possível uma minoria enganar a maioria por muito tempo. Quarenta anos depois dos amanhãs que cantam, teremos de cantar. A canção é que não é a que os enganados achavam que cantariam. É, no entanto, a canção que os países que têm constituições que obrigam ao socialismo como a nossa andam a cantar.

Entretanto, em Portugal há liberdade. Há alguns casos de as finanças e da ASAE terem sido utilizadas para manter a bolinha baixa de empresários que criticam publicamente o governo. Noutros casos, quem contava anedotas sobre a licenciatura de Sócrates era despedido. Pesando a gravidade destes casos, eram pontuais. Mostram como o governo Sócrates via o país: a alguns suborna-se, a outros premeia-se, a alguns castiga-se e os restantes pagam. Por justiça, aqui distingo do PS, que só pecou por não ter vergonha do que o seu líder em nome do PS fez.

Referências:
ASAE investiga infrações na campanha do 1.º de maio do Pingo Doce: Havia quem não gostasse de Alexandre Soares dos Santos.
Estado indemniza professor da anedota sobre Sócrates: Sócrates prevaricou, o povo pagou.

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