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Gaste-se, e não haverá amanhã.

Se eu gastar hoje como se não houvesse amanhã, engano-me duas vezes. O amanhã de hoje está sempre a vinte e quatro horas de distância.

Défice e otimismo político — desastre à vista.

Os Estados Unidos gastam como se não houvesse amanhã. Ou eles sabem que não há amanhã (vão-se suicidar) ou então acham que ninguém dá por um défice de 194,2 mil milhões de dólares (grosso modo um PIB anual português) em apenas quatro meses, desde Outubro.

No período homólogo do ano passado (os meses desde Outubro a Janeiro), o défice aumentou de 182,8 mil milhões de dólares para os tais 194,2.

Se eu fosse a um banco com estes resultados e com uma dívida que se aproximada dos vinte biliões (escala longa, 1012) ou vinte triliões (escala curta financês), eles apenas me perguntariam: Como é que pensa pagar isto a gastar desta maneira? Ademais, estes amigos escarradinhos são conhecidos por maquilhar as contas de tal maneira que o Largo do Rato seria confundível com o Palácio de Buckingham. Nem imagino o que foi varrido para debaixo do tapete e as artes que foram empregadas para manter as despesas fora dos livros.

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