Avançar para o conteúdo principal

A próxima desventura dos que são governados por António Costa.

O André Abrantes Amaral escreve no que poderia ser candidato a um dos dez melhores blogues em Portugal --- e ganhar o prémio --- que é O Insurgente.  Quase sempre escreve algo que faz sentido.  E desta vez escreveu um artigo em que posso concordar a 50% e discordar a 100%.  Eu sei!, coisas de matemática opinativa...

O artigo é este: A Próxima Aventura de António Costa.  Diz o André (ou Prof. Amaral, que não nos conhecemos de lado algum):

O Plano Nacional de Reformas (PNR) e o Pacto de Estabilidade (PE) que o Governo apresentou permitem-nos concluir que António Costa não pensa cumprir a legislatura. Mais: que o primeiro-ministro visa ser popular para, na altura certa, e perante um motivo devidamente encenado, se demita e concorra a novas eleições que espera finalmente ganhar.
Nisto concordo a 50%.  O Primeiro-Ministro-em-Usurpação pretende ir a eleições.  Mas não as espera provocar.  Sabe que basta esperá-las.  Pois a crise virá de fora, ainda este ano.

Ou seja, António Costa não espera governar o país com este PE. Na verdade, este plano visa apenas que a geringonça continue até que Costa se demita. Para tal, Costa precisa de algo para mostrar a Bruxelas, mas que não coloque o BE e o PCP em xeque.
Concordo a 50%.  Costa sabe que o tempo lhe está a favor.  Os estímulos monetários do BCE vão rebentar cedo ou tarde, através de uma de duas razões: a emergência da guerra com a Federação Russa ou a exaustão económica.  O Ocidente, manigante económico, necessita da guerra para poder ter apontado o dedo a alguém pelo colapso económico.  Essa guerra está a ser provocada pelo Ocidente desesperado que esta comece, visto que o pavio nestes dias anda curto.

O isco vai dar nisto!
Ora bem, o Costa não tem necessariamente um plano maquiavélico que possa executar melhor do que esperar pelo mal que vem de fora.  E, mais importante, é do interesse do Costa que o PCP e o BE se estrepem, que tenham umas lições de gravidade à la Newton.  O PS quer esses votos para 1) governar à vontade, 2) não ter que partilhar os lugares e 3) não se dar com pessoas pouco recomendáveis que dizem apoiar, mas continuam a mandar farpas.

O Governo cai quando Costa se demitir numa encenação à altura das suas capacidades políticas. Nesse momento, no auge da sua popularidade, apresenta-se a eleições para ganhar a legitimidade de governar um país com um Estado falido. Falido, não por sua culpa, mas por uma causa qualquer, não sabemos ainda qual, mas que, certamente, alterará o cenário político que conhecemos hoje. Uma coisa é certa: o jogo político que Costa iniciou em Outubro ainda não terminou.
Discordo.  O governo cai quando Costa fingir desespero porque o dinheiro deixa de lhe chegar de fora porque os juros começam a subir à estratosfera.  Há uma data que despoletará isto: 23 de Junho.  Qualquer que seja o resultado do referendo (Brexit ou fraude), os mercados de capitais ficarão com um grande amargo de boca em relação aos preguiçosos do Sul da Europa.  O Governo Costa cairá quando o primeiro salário ou pensão deixar de ser pago, com os fundos de emergência deixados prudentemente pela Maria Luís Albuquerque para o que desse e viesse acabarem por se dar e vierem ter às mãos dos amigos do regime.  Fundos que se querem líquidos, preparados para uma emergência, transformados em tijolos e dívida do Estado ao Estado.

Ainda este ano.  Talvez antes do Verão.

Caro André, Costa não tem jogo nenhum.  Este é o governo da improvisação.  A seu tempo ao Centeno cairá a espiga e será o culpado de todos os males.  A seu tempo o PCP será força serôdia e bafienta e o BE um bando de taralhoucas na nossa imprensa --- que por uma vez dirá a verdade, mesmo se a serviço do PS.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Juro jurando que juro que o que jurei se jurará esquecido.

Um primeiro ministro (ou primeiro-sinistro, já que todo o governo, com excepção do Siza Vieira, parece ser um acidente de percurso), jurou cumprir e fazer cumprir a Constutuição. O juramento faz parte da cerimónia de posse. E António Costa, licenciado em Direito (não acreditava, mas a Wikipédia diz que sim), passa o tempo a descumprir e fazer descumprir a Constituição. Eu nem gosto desta constituição particularmente, mas o juramento faz parte do acto de posse. Sendo violado, azar o dele, nulifica-se o acto. Precisamos de falar mais do "Diga a Constituição o que disser", e das blatantes violações no Estado de Calamidade e nas reacções à pandoideira. Há um caso sólido para o afastar do poder. Até porque o país não aguenta mais Costa. Eu posso-me dar ao luxo de dar às de Vila Diogo e ir trabalhar noutro lado. Mas isso não acontecerá a dez milhões de portugueses, cujas vidas foram destruídas pelo primeiro confinamento, quando tudo indicava qu...

E agora, para algo completamente diferente...

Cobol: Mais de sessenta anos e ainda para as curvas! Há uma linguagem de programação dos anos cinquenta que definitivamente me dá gosto programar nela. Common Lisp. Sou definitivamente um tipo de parêntesis. Continuo a programar quando posso em Common Lisp e em Emacs Lisp. Mas este fim de semana lembrei-me de outra linguagem vetusta e pouco primorada pela idade: Cobol. A velhíssima Cobol. Que nem funções de jeito tem. Passamos parâmetros para subprogramas por endereço e recebemos os retornos do mesmo modo. Bom, podemos também passar por valor, mas ninguém que eu conheço faz isso. De repente, voltou a nostalgia. Gosto muito de poder escrever IF A IS EQUAL TO 2 THEN... . Pelo menos pelas primeiras horas. Parece que estou a contar uma prosa. A máquina, com a sua memória, fica encartada na minha cabeça. É pura poesia em código. Fiz algo disto durante algum tempo, vai lá uns anos. Hoje, programo maioritariamente em C, Python e Javascript. E voltar ao Cobol foi u...

Marisa Matias, a Presidenta Ignoranta e Carenta de Inteligência

A palavra presidente tem género duplo. Tanto pode significar um entertainer de circo que muda de calções para as teleobjectivas como uma senhora que por acaso preside a qualquer órgão. Alegado presidente supostamente a presidir. Tentem não rir. A presidente do Conselho de Administração da GALP Energia, Paula Amorim. Há uma diferença entre estas figuras, não há? Pois, quem preside está a presidir, logo é presidente (com e ), seja homem ou mulher. Não sei como será com os restantes 215 géneros que andam por aí as Mentias deste povo a inventar. Mas, seja homem ou mulher, se preside é presidente. Outras palavras que também são substativos uniformes, e que gostaria que a senhora Mafias (erro não intencional, ma si non è vero, è ben trovato!) deveria conhecer são, por exemplo: ignorante, demente, incapaz ou azêmola. Ou populista. Ou imbecil. Já agora, podemos trocar o presidente que não preside, logo, o não presidente, por alguém que verdadeira...