O que acontece hoje no BE e no PS aconteceu ontem no PSD e no CDS. Nenhum partido resiste a uma boa luta pelo poder. Esse é um mal dos partidos. Os partidos não são necessários em democracia, nem numa república constitucional.
Dito isto, não quero dizer que os partidos ou os políticos são todos iguais. As semelhanças, contudo, são inegáveis. Há diferenças de fundo, mas são pouco expressivas.
Havendo estabelecido que há diferenças, estando uns esbirros de esquerda ou uns esbirros d'a nossa direita no poder, qual deles me faz menos mal? Quem nos coloca de joelhos é a esquerda. [Vou limitar a imagem apenas à colocação de joelhos, deixando aos leitores a progressão para onde a sua turtuosidade lhes permitir.] A nossa direita anda a tentar corrigir o mal mantendo o mal na mesma. A nossa direita não é direita.
E a banda toca
Tanto a esquerda como a nossa direita tocam para enganar os incautos, ou seja, os eleitores. A música não é, apesar disso, a mesma. Com a esquerda vamos de Marcha Trionfale rumo ao precipício, em passo acelerado e ritmado, seguindo os diversos grandes timoneiros, engenheiros e pasteleiros no poder. A nossa direita limita-se a fazer marcha lenta e dolosa ao Requiem, tentando retardar o momento da queda.
Mas o precipício é sempre o alvo.
Mal maior por mal menor, quando a esquerda está no poder cantamos todos em dó maior e quando a nossa direita está no poder em dó menor. Se é verdade que mi quer proteger a sua própria ré de si, dirigindo-me aqui ao Estado e ao governo, lá terei de perder a esperança de ver o sol por entre as núvens.
A falta que um Rui Rio nos fá...
E assim termino a aula de música. Dessa vamos ouvir muita das bandas da esquerda e da nossa direita.
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